quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Nunca é Tarde pra Amar


Nunca é Tarde pra Amar (I Could Never Be Your Woman, EUA, 2007) enfrenta a dicotomia entre juventude e maturidade de forma sutil e engraçada. A mãe natureza (Tracey Ullman) é apresentada no início da trama como forma de questionar os hábitos da sociedade atual, recriminando a busca pela eterna juventude/beleza e as cirurgias plásticas, sempre satirizadas no decorrer do longa. Tracey continua no desenvolvimento da história sempre ao lado de “Rosie” (Michele Pfeiffer), aconselhando e discutindo o papel da mulher na sociedade.

O filme usa como foco para reflexão um tema muito discutido nos dias atuais: o relacionamento entre pessoas de faixa etária distintas. Aqui em particular, do envolvimento de “Rosie”- uma solteirona, com suas confusões profissionais, e mãe de uma adolescente – com “Adam” (Paul Rudd) – um jovem ator que busca seu sucesso profissional e se encanta por sua “chefe”. O diretor “Amy Heckerling” segue a risca as regras de uma comédia romântica bem construída, contudo não apresenta nenhuma inovação na narrativa vivida pelo casal.

Pfeiffer faz de maneira simples, aquilo que tem que ser feito, e com a boa sintonia e atuação de Rudd, eles obtém fácil a atenção do público. Porém, o roubo de cena fica para a jovem “Izzie” (Saoirse Ronan), que constrói, junto com seus conflitos amorosos, uma relação de cumplicidade envolvente e interessante entre mãe e filha. A solteirona, consegue com sua experiência, ajudar melhor sua filha – que se encontra ávida na luta pelo primeiro amor – do que resolver seus próprios problemas casuais com seu par. Os suspiros ficam por conta das peripécias de uma pré-adolescente apaixonada e sua mãe coruja.

O enlace do enredo em seu todo deixa um pouco a desejar, não alcançando uma ligação perfeita entre as cenas, fazendo assim com que os assuntos discutidos apareçam um tanto soltos . Entretanto, nada que abale a leveza com que a história é narrada e o brilho de Michele Pfeiffer e companhia.



Esta Semana, nas Salas:

Multiplex Iguatemi - Sala 4 ( 291 lugares)

13:10; 15:15; 17:20; 19:25; 21:30

Shopping Barra - Barra 1 ( 301 lugares)

13:00; 15:05; 17:10; 19:15; 21:20

Cinemark - Cinemark 5 ( 372 lugares)

14:30; 16:40; 19:; 21:30

sábado, 22 de setembro de 2007

Está Acontecendo!!


Mostra de Filmes - Zero em conduta
Iconoclastas do cinema alemão


De 21 a 27/09/2007

Goethe-Institut (ICBA) e Sala Walter da Silveira
71 3337-0120 filmseminar@salvadorbahia.goethe.org

Programação

Goethe-Institut

21/09 - 19h - O Rei das Rosas - Werner Schroeter - 1984/86
22/09 - 17h - Um dia, Relatório de um Campo de Concentração Alemão 1939 -
Egon Monk - 1965
22/09 - 19h - Gado de corte - Egon Monk - 1962/63
24/09 - 19h - Um sonho ... e o que mais? - Hans Jürgen Syberberg - 1994/95
25/09 - 17h - Curtas de Heinz Emigholz - Schenec-Tady II - 1973/75 Demon. A tradução de
"O demônio da analogia", de Mallarmé - 1976/77 Hotel - 1975/76

Sala Walter da Silveira

21/09 - 15h - O Rei das Rosas - Werner Schroeter - 1984/86
22/09 - 15h - Ludwig II - Hans Jürgen Syberberg - 1972
23/09 - 15h - Eu sou minha própria Mulher - Rosa von Praunheim - 1991/92
24/09 - 15h - Crônica de Ana Magdalena Bach - Jean Marie Straub e
Danielle Huillet - 1967/68
25/09 - 15h - Não-Reconciliados - Jean Marie Straub e Danielle Huillet - 1964/65
26/09 - 15h - Um sonho ... e o que mais? - Hans Jürgen Syberberg - 1994/95
27/09 - 15h - Palermo ou Wolfsburg - Werner Schroeter - 1979/80

Obs.: Alguns filmes têm legendas em espanhol!!


Referência:
http://www.goethe.de/ins/br/sab/pt2595632.htm

Instinto Secreto

O instinto do homem é ainda um resquício primitivo que preocupa e questiona a tal civilidade alcançada por nós. Em Instinto Secreto (Mr. Brooks, EUA, 2007), o eterno conflito entre animal e homo sapiens destaca-se pela violência reprimida por nós civilizados, que é tratada de forma natural e inteligente no filme. Earl Brooks (Kevin Costner) é um bem sucedido empresário, que tem a segurança financeira e a estabilidade familiar que poucos conseguem alcançar. O sucesso, as premiações e a convivência com a alta sociedade americana, no entanto, não conseguem tranqüilizar seus desejos mais íntimos. O desejo da adrenalina, do proibido e a sede de matar.

Em seu encalço, Marshall (William Hurt) é seu super ego, que aconselha, escolhe, previne e o ajuda a cometer os crimes. Aí talvez esteja um ponto de confusão do filme. Marshall é apresentado como seu subconsciente questionador e incitador aos delitos. Entretanto, em alguns momentos de ação que definem o rumo tomado pelo protagonista, ele desaparece, aparentando uma falsa preocupação com aquele que é a razão de sua existência. Ao fugir do conflito com a consciência, o filme, “sem querer”, desloca a noção de super ego para as forças luciferianas, o que é reforçado pela “conversa com Deus” invocada por Earl antes de cada noite de sono.

O filme do diretor Bruce A. Evans tem seu ponto alto, na forma inteligente com que consegue amarrar as sucessões de cena, acrescentando um segredo familiar entre pai e filha que vai apimentar o conflito existencial de Sr. Brooks. Simultaneamente, o cansaço e a agonia por cada morte efetuada faz com que Earl cometa um erro que culminará na perseguição da detetive Tracy Atwood (Demi Moore). Com a polícia cada vez mais perto, e um álibi inesperado, Earl Brooks vê-se obrigado a dar um novo rumo para sua vida. Esta escolha, infelizmente, não acrescenta uma novidade narrativa ao filme, mas é superada pelo suspense e a maneira como apreende a atenção do público.

Mr. Brooks consegue mexer e questionar com nossos impulsos e desejos. Até quando estamos preparados para viver em sociedade e prontos para a civilização imposta é colocado em dúvida pelos efeitos colaterais de uma humanidade imperfeita. Ir ao cinema e refletir sobre nossas crises de consciência é algo urgente na luta social atual, e nossos instintos secretos estão sempre a acrescentar indagações à nossa forma de convivência.


Esta semana, nas salas:

Multiplex Iguatemi - Sala 6 ( 254 lugares)
14:10; 16:40; 19:10; 21:40; 00:05

Shopping Barra - Barra 2 ( 301 lugares)
13:30; 16:00; 18:30; 21:00

Cinemark - Cinemark 2 ( 235 lugares)
16:50; 19:20; 21:50

UCI Shopping Aeroclube - Sala 7 ( 446 lugares)
12:40; 15:10; 17:40; 20:10; 22:40

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

A Hora do Rush 3

Uma das boas pedidas que atualmente se encontra em cartaz nos cines de todo o país é o filme ‘A hora do Rush 3’. Dando continuidade ao sucesso adquirido com a primeira e segunda versão, Jackie Chan (que interpreta o agente de Hong Kong Lee) e Chris Tucker (o policial americano Carter) divertem inúmeras platéias com cenas aonde o ingrediente principal é o tom de humor com que eles conduzem as várias situações do filme. Esta comicidade é levada a campo predominantemente em cenas de ação, deixando o espectador impressionado com a velocidade como os fatos são desenrolados.


A história começa quando o embaixador da China, numa conferência para tentar terminar com a onda de crimes que estava ocorrendo no mundo, acaba assassinado pelo irmão de Lee (que faz parte de uma organização criminosa chinesa). A partir daí a dupla vai a Paris para tentar extinguir essa quadrilha. No entanto, as relações conflituosas e o peso de tradições são mostrados no decorrer do filme, fato que juntamente atrelado ao caráter dinâmico e o humor desprendido dos protagonistas fazem com que ‘A hora do rush 3’ seja visto como um grande sucesso de crítica e público. Apesar de a história ser bastante intrigante o que chama atenção neste ou então nos outros filmes da série é a sintonia existente entre Lee e Carter. Os dois se completam e interagem de uma maneira impressionante, fazendo com que as situações fluam e dêem uma dinâmica toda especial ao filme como um todo.

Apesar do tom aparentemente despojado do filme, há cenas aonde se constata mensagens quanto a problemas que acontecem no mundo. Uma das cenas que podem ser citadas é quando a dupla, já em Paris, pega um táxi e o taxista recusa a levá-los justamente pelo fato de Carter ser americano. E nesse meio tempo dá para perceber o ódio que grande parte dos países europeus sente pelos Estados Unidos justamente por causa da fala do taxista. A xenofobia é um ponto que pode ser destacado dentro do conjunto do filme e de inúmeros temas que aí são abordados (mesmo que de maneira implícita).

Referências: http://g1.globo.com/Noticias/Cinema/0,,MUL100132-7086,00.html