domingo, 20 de julho de 2008

Falsa Loura


Falso são os caminhos que nos levam à fantasia, ao delírio e ao gozo. Desfrutar a vida é objetivo de todos, ou de quase todos. Na maioria das vezes procuramos àquilo diferente, o que nos surpreenda e provoque uma sensação onírica, que nos faça flutuar. É como as estórias de contos de fadas. A moça pobre... Encontra o artista famoso e eles se apaixonam. Mas na história de Silmara (Rosanne Mulholland), as coisas são bem mais complicadas.

Em Falsa Loura (Brasil, 2007, Dir. Carlos Reichenbach), Rosanne é uma operária da indústria, que vive a rotina comum de ganhar a vida com esforço, sustentar a casa e cuidar do pai ex-presidiário (João Bourbonnais). Pra piorar, Antero não consegue largar a atividade de incendiário, motivo pelo o qual foi preso. Ainda assim, ela tem sonhos maiores. E claro... Ilusões também.

Para se destacar em meio à pobreza e entre todas as funcionárias da fabrica Silmara passa a utilizar sua beleza e sensualidade para chamar a atenção. Não apenas das colegas, mas daqueles que poderiam fazê-la esquecer de onde veio. É assim, entre liderar o “clube da luluzinha” e buscar a participação em um “mundo de estrelas”, que ela acaba encarando a dura realidade de colocar-se no seu devido lugar. De perceber como “eles” a vêem e o que realmente é.

Falsa Loura, através do envolvimento de uma moça pobre, de classe baixa, com dois cantores de relativo sucesso entre a população pobre de São Paulo, mostra o egoísmo, o jogo de valores e os interesses que envolvem as duas partes. A sátira é presença constante no filme, fantasiando a relação de amor com clipes-Karaokê em oportunas pitadas cômicas. O desfecho, como um tapa inesperado, cala-nos... Trazendo a dura e repetida verdade à tona.


Em Exibição:

O Cinemark faz exibição em sua sessão Cinecult. Ficar atento à agenda de filmes.

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