Sempre muito à vontade com as escolhas que encenarão seus devaneios, Woody, traz nesse filme um quadrado amoroso que impressiona, mas não faz apaixonar. Scarlett Johansson é a aventureira Cristina, que quer descobrir sua essência e para isso está disposta a qualquer experiência. Sua amiga Vicky (Rebecca Hall) utiliza a sensatez para se inteirar sobre a cultura do lugar e ficar longe de sentimentos que abalem o seu noivado. Juan Antonio (Javier Bardem) é o sedutor; um típico artista espanhol que conquistará a confiança das duas. Maria Helena (Penélope Cruz) é sua suposta ex-mulher; mas os embaraços da história mostrarão que esta relação está longe do fim.
A necessidade de descobrir o romantismo e de viver amores impossíveis é o fio condutor das relações que Woody Allen tenta desconstruir. Seus diálogos inteligentes estão novamente marcantes, atuando como ponto forte do filme ao tentar conquistar as fantasias sempre presentes no imaginário do público.
O ponto baixo fica por conta das narrações. Exageradas, iniciam a trama e aos poucos tentam dar contornos irônicos e anunciativos, o que quebra o envolvimento do espectador, que pode sentir-se subestimado ou frustrado. Scarlett também não encanta. A passividade de sua personagem faz olharmos com bons olhos para a contida Vicky e nos derramarmos de saudades da sedutora Nola Rice, que interpreta em Match Point (EUA-Inglatera, 2005), seu primeiro trabalho com Woody Allen (Scarlett também trabalhou com o diretor em Scoop: O Grande Furo-EUA, 2006).
Com altos e baixos, Vicky Cristina Barcelona consegue fazer com que sonhemos com verões europeus e amores intensos. Cada conflito mostra-nos de maneira engraçada, algumas concessões que devemos fazer para encontrar o equilíbrio e a satisfação no amor. Tudo pode ser apenas uma aventura; mas também, sua escolha de vida.
Em Exibição na Sala:
Saladearte - Cinema do Museu - Sala unica ( 125 lugares)
18:35
2 comentários:
Gosto muito de Woody Allen, embora prefira a fase anterior. Achei seu texto intrigante, pois, apesar do tom um tanto pessimista, a descrição que fez do filme mostrou elementos que me fariam gostar dele. É a ironia do filme transcedendo a sala de cinema e chagando até seu texto. Acho que vale a pena conferir, afinal, trata-se de Woody Allen. Embora tenha - como todo bom profissional - algumas derrapadas no currículo, tem crédito de sobra pela genialidade já demonstrada.
WA está se divertindo pelo mundo. Já pensou no filme que fará, um dia, quem sabe, no verão da Bahia? (rs...)
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